terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Orchis collina







 

  




Orchis collina Banks & Sol. ex Russell
Erva perene, tuberosa, com 2 tubérculos sésseis ou subsésseis; talo liso, glabro, com 10 a 30 cm; folhas glabras, sem manchas, as basais (3 a 6) dispostas em roseta mais ou menos perfeita; as caulinares (1 a 4) progressivamente mais curtas a partir da base; inflorescência (4 a 10 cm), mais ou menos densa, com 4 a 15 flores, estas com sépalas glabras, de cor entre o castanho e o violeta; pétalas laterais de cor aproximadamente semelhante; e labelo de cor violácea, mais ou menos intensa, cobrindo grande parte da sua superfície, mas esbranquiçado em volta da boca do esporão, este em forma de saco, geralmente branco, por vezes, levemente rosado.
Tipo biológico: geófito;
Família: Orchidaceae;
Distribuição: Sul da Europa; Oeste da Ásia; Norte de África.
Em Portugal é uma espécie muito rara. Supostamente, a sua ocorrência está limitada à Serra da Adiça (no limite dos concelhos de Moura e de Serpa, no Baixo Alentejo) onde se encontra em clara recessão, se é que não "em vias de extinção", como se afirma aqui, opinião que de alguma forma corroboro, pois verifiquei, durante uma durante uma visita recente à Serra da Adiça, terem desaparecido duas pequenas populações avistadas no ano passado. O uso de herbicidas nos olivais tradicionais e a implantação de novos olivais em regime intensivo não serão causas únicas da eventual extinção da espécie no país, mas parece difícil negar o seu contributo nesse sentido.
Ecologia/habitat: prados e clareiras de matos em solos calcários ou gessosos, a altitudes até 600m.
Floração: de Janeiro a Abril.
(Local e data: Serra da Adiça; 24 - Fevereiro - 2018)

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Cambroeira (Lycium intricatum)














Cambroeira (Lycium intricatum Boiss.)
Arbusto com 2 a 3 m de altura, glabro, por vezes glanduloso nas partes jovens, espinhoso (com espinhos robustos, compridos, algo rombos no ápice), muito ramificado (com os ramos de tal forma entrecruzados que bem se justifica a atribuição do epíteto específico intrincatum); folhas espatuladas, obovadas ou elípticas, obtusas, carnudas (que a planta pode perder durante o Verão); flores solitárias com corola violácea, infundibuliforme  ou hipocrateriforme; fruto mais ou menos esférico, vermelho ou alaranjado.
Tipo biológico: fanerófito;
Família: Solanaceae;
Distribuição: Sul da Europa; Norte de África; Madeira e Canárias.
Em Portugal Continental ocorre apenas nas regiões mais a Sul: Algarve e Baixo Alentejo.
Ecologia:  locais  rochosos, pedregosos, eventualmente arenosos, secos, próximos do litoral, em substrato preferentemente básico, a altitudes até 500m.
Floração: irregular, podendo ocorrer (ou não ocorrer) em quase todos os meses ao longo do ano.
(Local e data: Costa Vicentina (Algarve); 9 - Março - 2017)
(Clicando nas imagens, amplia)

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Saramago (Raphanus raphanistrum subsp. raphanistrum)








 Saramago * (Raphanus raphanistrum subsp. raphanistrum)
Erva anual, com raiz aprumada; caules com 15 a 80 cm, erectos, híspidos, pelo menos na base; folhas pecioladas, híspidas, polimorfas (as basais, lirado-penatissectas com 2 a 8 pares de segmentos laterais e um terminal, maior que os restantes; as caulinares sucessivamente menos divididas, podendo as superiores apresentar-se inteiras); flores com pétalas brancas ou amarelas, com nervuras arroxeadas, agrupadas em inflorescências em cacho; frutos (síliqua) em geral com 5 a 10 segmentos, com remate em ponta com 5 a 30 mm.
Tipo biológico: terófito;
Família: Brassicaceae / Cruciferae;
Distribuição: Sul da Europa; Norte de África;  Sudoeste da Ásia. Em Portugal é uma espécie bastante comum em todo o  território do Continente.
Ecologia/habitat: como espécie ruderal e arvense encontra-se em campos cultivados e em pousio, baldios, bermas de estradas e caminhos, em todos os tipos de solos, a altitudes até 1500m.
Floração: floresce durante boa parte do ano, mas com maior intensidade de Novembro a Junho
*Outros nomes comuns:  Labresto, Rábano-silvestreRábão-bravo;

Orquídeas silvestres: Salepeira-grande (Himantoglossum robertianum)






Salepeira-grande [Himantoglossum robertianum ( Loisel. ) P. Delforge; sin.: Barlia robertiana (Loisel.) Greuter]
De regresso e em força. Pelo menos, nos areais entre a arriba fóssil e as dunas das praias a sul da Costa da Caparica.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Bocas-de-lobo (Antirrhinum cirrhigerum)





Bocas-de-lobo*  [Antirrhinum cirrhigerum (Welw. ex Ficalho) Rothm.**]
Erva perene, erecta ou ascendente, algo lenhosa na base, glabra, mas pubescente-glandulosa por alturas da inflorescência; caules com 30 a 50 cm, muito ramificados; folhas inteiras lanceoladas ou linear-lanceoladas; flores com corola bilabiada, de cor rosa ou púrpura, agrupadas em inflorescências em cacho mais ou menos denso; fruto em forma de cápsula oblonga.
Morfologicamente é muito semelhante ao Antirrhinum linkianum. Porém, o facto de o A. cirrhigerum possuir  "caules laterais curtos e gavinhosos", característica (visível nas 2 últimas imagens supra) que o A. linkianum não tem, permite distinguir as duas espécies com alguma facilidade.
Tipo biológico: caméfito;
Família: Plantaginaceae;
Distribuição:  Noroeste de África e Sudoeste da Península Ibérica (províncias de Cádis, Sevilha e Huelva, em Espanha;  Algarve, Baixo Alentejo, Estremadura e Beira Litoral, em Portugal).
Ecologia/habitat: areias marítimas e dunas litorais, a altitudes até 100m.
Floração: decorre ao longo de quase todo o ano, mas com maior intensidade de Fevereiro a Junho.
*Outros nomes comuns: Bocas-de-lobo-do-litoral arenoso; Erva-bezerra.
**SinonímiaAntirrhinum latifolium var. cirrhigerum Welw. ex Ficalho (Basónimo); Antirrhinum majus subsp. cirrhigerum (Welw. ex Ficalho) Franco.
(Local e data: Costa Vicentina (Algarve); 9 - Março - 2017)

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Lírio-de-amor-perfeito (Iris planifolia)





Lírio-de-amor-perfeito [Iris planifolia (Mill.) Fiori & Paol. *]
Erva bulbosa, perene, com bolbo ovóide e raízes grossas e fistulosas; caule subterrâneo, simples, que pode atingir até 3 cm;  folhas (todas basais) lineares ou linear-lanceoladas com 15 a 35 cm de comprimento, com limbo um tanto recurvado e agudo no ápice; flores (1 ou 2) suportadas por pedicelos com cerca de 1cm, mas que podem atingir até 8 cm na frutificação; tépalas externas de cor azul ou violeta,  muito raramente brancas, com marcas de linhas esbranquiçadas e uma mancha central amarela; tépalas internas de cor azul pálido.
Tipo biológico: geófito;
Família Iridaceae:
Distribuição: Região Mediterrânica (na Europa: desde Creta e Grécia até à Península Ibérica; em África: Líbia e Magrebe).
Em Portugal ocorre tão só no território do Continente e apenas no Algarve,  Alentejo (Alto e Baixo) e Beira Litoral.
Ecologia/habitat: pastagens e clareiras de matos, em terrenos argilosos, por vezes, gessosos, carbonatados, mais ou menos pedregosos ou rochosos, a altitudes até 1300m.
Floração: de Dezembro a Maio. 
*Sinonímia:  Xiphion planifolium Mill. (Basónimo) Juno planifolia (Mill.) Asch.;Iris planifolia (Mill.) T. Durand & Schinz; Coresantha alata (Poir.) Klatt; Thelysia alata (Poir.) Parl.; Juno Alata (Poir.) Rodion.; Iris Alata Poir.; Xiphion alatum (Poir.) Baker; Neubeckia scorpioides (Desf.) Alef.; Juno scorpioides (Desf.) Tratt.; Costia scorpioides (Desf.) Willk.; Iris scorpioides Desf.; Iris transtagana Brot.;
[Local e datas: Odiáxere (Algarve); 1-3 - Fevereiro - 2017]
(Clicando nas imagens, amplia)